O que é depressão ?

Por João Pedro Ribeiro

Às vezes, começa com um desânimo. Você sente que aquele dia foi mais melancólico que os outros. Talvez por causa do trabalho, do estresse da vida cotidiana, da perda recente de uma pessoa querida. E os dias continuam com aquela melancolia, junto com outros sinais: corpo rígido, falta ou aumento de sono e de apetite, perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas e sensação de irritação e sensibilidade.

Se esses sintomas continuam por mais de duas semanas, é possível que você tenha depressão. Esse transtorno, que tem sido cada vez mais debatido nos últimos anos, é caracterizado por uma tristeza muito prolongada e forte, que traz consigo outros fenômenos. Segundo a OMS, no mundo há mais de 300 milhões de pessoas com depressão e, até o ano que vem, pode ser a doença mais incapacitante no mundo. O número de casos aumentou 18% nos últimos anos, segundo a mesma organização.

‘Ela se caracteriza por uma perda constante de ânimo nas atividades que uma pessoa pode desenvolver’, diz o psicólogo Carlos Muniz. ‘Depende do que a pessoa passou. Às vezes a perda de um parente próximo, o fim de um relacionamento, assédio no trabalho ou dificuldades na família podem ser um estopim para que a depressão se instale no indivíduo’.

O psicólogo também explica que, na adolescência, a pessoa pode passar por um período de depressão e desânimo por conta da pressão que existe nessa fase da vida. ‘A exigência hoje em dia por uma boa carreira, boas notas, estabilidade financeira, boa aparência física e boas relações afetivas acaba prejudicando o jovem. Para que o jovem possa se sentir bem e satisfeito, é necessário ter um equilíbrio em todas essas áreas.’

Mesmo com a ascendência da classe média, pode-se observar nos últimos anos um aumento da depressão nos jovens. Entre 2015 e 2018, os atendimentos no SUS relacionados a depressão na juventude duplicou, e o número de internações por conta da doença em 2019 já chegou a 16 mil.

A depressão não tem cura, mas tem tratamento. A psicoterapia é uma das principais armas para a superação de problema internos que podem prender a pessoa na depressão, além do uso controlado de antidepressivos e medicamentos que ajudam no tratamento da doença. O uso desses métodos tem sido cada vez menos estigmatizado, e tem ajudado milhões de pessoas ao redor do mundo.